Plantação


Na plantação de uma vinha devem ser considerados vários aspectos, tais como, o tipo de plantas, a época de plantação e a preparação das plantas em função do modo de plantação.
Épocas de plantação
O período normal de plantação de uma vinha decorre na época de repouso vegetativo, de Janeiro a Março, devendo plantar-se mais cedo nos locais mais quentes e secos, e mais tardiamente, nos locais mais frios e húmidos. A plantação com o recurso a enxertos-prontos deverá fazer-se também o mais cedo possível, dentro da referida época. Actualmente, o período de plantação de uma vinha encontra-se alargado, devido à possibilidade de se poderem plantar enxertos-prontos em vaso, no final da Primavera e princípio do Verão. Este tipo de plantação determina obrigatoriamente o recurso à rega, sendo útil dispor-se de um sistema de rega gota-a-gota.


 
Tipo de plantas
Na plantação de uma vinha pode recorrer-se ao uso de plantas bravas (bacelos) ou a videiras já enxertadas enxertos-prontos). O uso tradicional da plantação de bacelos implica a enxertia no campo recorrendo a enxertadores. Mais recentemente e devido à carência desta mão-de-obra especializada, tem vindo a ser substituída pela técnica de produção de enxertos-prontos, desenvolvida na EVAG. Este tipo de plantas, embora mais caras, apresenta algumas vantagens importantes, de que se destacam: - a resolução do problema da actual falta de enxertadores - o fácil estabelecimento de vinhas com garantia varietal - obter vinhas com maior homogeneidade, ao eliminar as falhas das enxertias no local definitivo (falhas da plantação do bacelo e falhas da enxertia) - antecipar a entrada em produção de uma vinha - a possibilidade de efectuar retanchas no mesmo ano, com enxertos-prontos envasados (junho).
Preparação das plantas
Antes de serem plantadas as videiras tem de ser preparadas fazendo-se a designada poda de transplantação. Esta operação consiste na escolha do lançamento do ano, o mais bem inserido e mais vigoroso, eliminando-se os restantes. O lançamento escolhido é então podado a 2 olhos. As raízes são igualmente podadas, devendo conservar-se apenas as que nasceram no nó inferior, as quais são podadas a 10 cm no caso da plantação à cova (a), ou mais curtas, a 3-5 cm quando a plantação é feita com hidroinjector (b).

Modos de plantação
A plantação dos bacelos e dos enxertos pode efectuar-se recorrendo sobretudo a 3 técnicas de plantação:


Plantação à vala



Trata-se de um método de plantação que assenta na abertura de covas ou valas de grande dimensão (80 cm de profundidade x 60 cm de largura) e que é sobretudo utilizada quando não é possível fazer surriba ou ripagem quer devido às dimensões das parcelas quer quando a plantação é feita na bordadura. Com este tipo de plantação a estrumação e a adubação é feita de forma localizada. Em consequência, as videiras apresentam um bom desenvolvimento inicial, mas posteriormente não proporciona às raízes uma boa colonização de todo o terreno.


Plantação com hidroinjetor



Trata-se da plantação realizada com o auxílio de um pequeno aparelho ligado ao pulverizador que é acoplado ao tractor, o qual utilizando a pressão da água em jacto permite a abertura de uma pequeno buraco para a plantação da videira. Possibilita a realização da plantação de forma mais rápida, a planta fica desde logo regada, o que facilita o aconchego das terras às raízes, mas o terreno tem de estar bem mobilizado em profundidade, estrumado e adubado. Em solos demasiado pedregosos não pode ser utilizado. Com este método de plantação, as raízes das videiras tem que serem podadas mais curtas 3 a 5 cm. Após a colocação da videira no buraco, esta deve ser puxada ligeiramente para cima para que as raízes não fiquem dobradas e adquiram a posição normal.


Plantação à cova ou covacho



Este tipo de plantação consiste na abertura de um buraco (manualmente ou recorrendo à broca) com a profundidade de 60 cm onde será colocada a videira. Dadas as dimensões da cova podemos deixar raízes mais compridas e portanto com mais reservas o que será uma vantagem para plantação tardia; por outro lado, permite efectuar uma adubação de plantação localizada. Tem o inconveniente de tornar a operação de plantação mais demorada, e se o terreno contiver algum teor de argila, pode provocar um 'vidrado' nas paredes da cova que não permitem às raízes a sua expansão.
Cuidados à plantação
Seja qual for o método de plantação adoptado, há certos cuidados a ter aquando a plantação:

- As raízes bem posicionadas, nunca devem ficar em contacto directo com os adubos, e devem ficar bem aconchegadas à terra por calcamento e rega imediata.

- Os bacelos (ou enxertos-prontos) devem ficar com a zona a enxertar (ou já enxertada) acima do nível do solo, para evitar afrancamentos do garfo. Como normalmente é feita uma caldeira em cada videira para rega e/ou adubação de cobertura, há que ter em conta o correcto nível do solo.

- É indispensável uma tutoragem das plantas, pois permitem a verticalidade da zona da enxertia (a realizar ou já existente) e também protege as plantas de eventuais acidentes (com máquinas, com um tubo de rega, por calcamento, etc).

- Modernamente existem uns tubos que protegem as plantas do ataque de coelhos, servem de tutor, diminuem os riscos de ataque de doenças criptogâmicas e favorecem o crescimento das plantas. O único inconveniente é que são ainda demasiado caros, muito embora possam ser reutilizados em mais de um ano. tubos plantação tela





- A plantação de enxertos-prontos implica realizar tratamentos fitossanitários (anti-míldio e oídio) logo nesse ano, pois está-se perante plantas sensíveis àquelas doenças. - Após a rebentação, segue-se um período de crescimento intenso, tornando-se necessário um complemento azotado fraccionado ao longo do ciclo. São recomendadas 2 a 3 adubações de cobertura, à base de Nitrato de Cálcio a 15,5%, ou Nitromagnésio a 20,5%, em doses individuais de cerca de 75g/videira, localizadas na caldeira e seguidas de uma rega.
Castas Minoritárias

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Preparação do Terreno

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