Preparação do Terreno


Na instalação de uma vinha, uma boa preparação do terreno é fundamental. A preparação do terreno contempla várias operações, nomeadamente: a armação do terreno em função do declive; a mobilização do solo; as adubações e correcções ao solo e ainda a marcação do terreno (piquetagem).
Armação do terreno

O declive do terreno condiciona o tipo de armação a efectuar para a instalação da vinha.

Os terrenos com declive < 8%, não originam riscos de erosão nem condicionam a mecanização, pelo que a instalação da vinha pode ser efectuada sem alteração do perfil original.

Os terrenos com declive entre 8 e 20%, poderão ser armados segundo os riscos da erosão e disponibilidade da mecanização em patamares largos com redução do declive original ou a instalação da vinha segundo a linha do maior declive (vinha ao alto).

Os terrenos com declive >20%, só devem ser armados em patamares estreitos (2,5 a 5 metros de largura).




Mobilização do solo

Na preparação do terreno para a plantação é fundamental a mobilização do solo em profundidade de modo a facilitar um bom desenvolvimento das raízes.

Esta mobilização constará de uma surriba a 1,0 metro de profundidade sempre que o terreno seja homogéneo ou de uma ripagem cruzada quando o terreno apresentar perfil irregular e pedregoso. A surriba poderá ser feita com uma charrua gigante ou com a pá frontal da bulldozer.

Normalmente com esta mobilização incorporam-se os correctivos orgânicos (estrume) e da acidez do solo (calcário), bem como os adubos. Após a surriba ou lavoura profunda o terreno deverá ser regularizado com uma gradagem.


foto surriba 4

 

foto surriba 3


Adubação de fundo


Sendo a vinha uma cultura perene é fundamental criar uma boa reserva de nutrientes em profundidade antes da plantação. A quantidade de nutrientes a aplicar é função da riqueza do solo avaliada mediante a análise resultante da colheita de amostras de terra a 2 níveis (0-20cm e 20-50cm).



Em função dos resultados será feita a recomendação da adubação de fundo. Deve dar-se especial atenção aos valores da análise do segundo nível pois é aí a zona de desenvolvimento das raízes.


Correcção Orgânica

Como os solos com aptidão para a cultura da vinha não são naturalmente ricos em matéria orgânica, há necessidade de proceder à incorporação de estrume ou outros compostos orgânicos alternativos (guano, fertor). Em termos médios recomenda-se a aplicação de 20 a 30 ton/ha de estrume ou 6 a 9 ton/ha quando se recorre a compostos orgânicos.   

 

Correcção do pH

Normalmente, os solos da região são por natureza ácidos, donde ser  necessário fazer a correcção do pH com a aplicação de calcário composto (com magnésio). A quantidade a aplicar é função do resultado da análise, sendo condicionado pelo teor de matéria orgânica. Todavia em termos médios pode-se recomendar a aplicação de 3 a 5 ton/ha.

 

Adubação Fosfo-potássica

Entre os nutrientes principais à cultura da vinha salientam-se o fósforo e o potássio. Sendo ambos pouco móveis no solo, sobretudo o fósforo, devem ser enterrados em profundidade e em quantidade tal, que garanta uma boa reserva. Assim, em termos médios recomenda-se a aplicação de 300 unidades de P2O5/ha e de 400 unidades de K2O/ ha. Estes nutrientes poderão ser fornecidos sob a forma de adubos elementares, tais como, o Superfosfato de Cálcio a 18% e o Sulfato ou Cloreto de Potássio a 60%, ou ainda em adubos compostos, do tipo Foskapa.



Sempre que não possam ser incorporados pela surriba, estes correctivos e adubos devem ser incorporados com a charrua do tractor a 40 cm de profundidade antes da plantação (caso das parcelas pequenas) e sempre que se proceda apenas à ripagem.



Marcação do terreno

A marcação do terreno será efectuada em função do compasso de plantação e da configuração da parcela que define a orientação das linhas. O compasso de plantação depende do modo de condução a instalar, da fertilidade do terreno e da casta.

Quanto à orientação das linhas estas devem ser no sentido N/S, sempre que a configuração da parcela o permita, pois é aquela que nas nossas condições permite melhor aproveitamento da radiação solar. De outro modo as linhas serão feitas segundo a orientação do maior comprimento da parcela para optimizar a mecanização (b).

A marcação deve ser feita com o maior rigor criando alinhamentos perfeitos aspecto fundamental para a mecanização da vinha. Para a marcação das linhas mestras é obrigatório traçar a esquadria do terreno (a). Esta é conseguida pela marcação nos cantos da parcela, de um triângulo recto com 3,0 e 4,0 metros de lado e diagonal de 5,0 metros com ajuda de uma fita métrica ou mais facilmente recorrendo à marcação por laser. Há ainda necessidade de deixar cabeceiras com a dimensão suficiente à inversão das máquinas, pelo que estas nunca deverão ser inferiores a 5,0 metros de largura. 


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