Castas


Na Região dos Vinhos Verdes existe um grande número de castas autócnes, que lhe confere a produção de vinhos "sui-generis", quer elementares quer de lote. A legislação em vigor define as castas a utilizar na elaboração dos vinhos e produtos vitivinícolas com DO Vinho Verde.  O mesmo Regulamento da DO Vinho Verde define também as castas a utilizar na elaboração de vinhos e produtos vitivinícolas com indicação de Sub-Região.

A região admite a produção de outros produtos vitivinícolas com direito ao uso da Indicaçao Geográfica IG Minho. Os produtos com direito à IG Minho devem ser obtidos exclusivamente a partir de uvas provenientes da área de produção e nela vinificados. De acordo com o respetivo Regulamento da IG Minho a  área de produção coincide com a área geográfica de produção da DO Vinho Verde.
Aptas DO Vinho Verde

Castas brancas:

Alvarinho, Arinto (sin. Pedernã), Avesso, Azal, Batoca (sin. Alvaraça), Cainho, Cascal, Diagalves, Esganinho, Esganoso, Fernão Pires (sin. Maria Gomes), Folgasão, Gouveio, Lameiro, Loureiro, Malvasia-Fina, Malvasia-Rei, Pintosa, São Mamede, Semillon, Sercial (sin. Esgana-Cão), Tália (sin. Ugni-Blanc, Trebbiano Toscano) e Trajadura (sin. Treixadura).

Castas tintas:

Alicante-Bouschet, Alvarelhão (sin. Brancelho), Amaral (sin. Azal tinto), Baga, Borraçal, Doçal, Doce, Espadeiro, Espadeiro-Mole, Grand-Noir, Labrusco, Mourisco, Padeiro (sin. Padeiro de Basto), Pedral, Pical (sin.Piquepoul-Noir), Rabo-de-Anho, Sezão, Touriga Nacional, Trincadeira (sin. Tinta Amarela, Trincadeira-Preta), Verdelho-Tinto, Verdial-Tinto e Vinhão (sin. Sousão).
Aptas Indicação de Sub-Região

Sub-região de Amarante: Arinto-Avesso-Azal-Trajadura; Amaral-Borraçal-Espadeiro-Vinhão

Sub-região do Ave: Arinto-Loureiro-Trajadura; Amaral-Borraçal-Espadeiro-Padeiro-Vinhão

Sub-região de Baião: Arinto-Avesso-Azal; Alvarelhão-Amaral-Borraçal-Vinhão

Sub-região de Basto: Arinto-Azal-Batocal-Trajadura; Amaral-Borraçal-Espadeiro-Padeiro-Rabo-de Anho-Vinhão

Sub-região do Cávado: Arinto-Loureiro-Trajadura; Amaral-Borraçal-Espadeiro-Padeiro-Vinhão

Sub-região do Lima: Arinto-Loureiro-Trajadura; Borraçal-Espadeiro-Vinhão

Sub-região de Monção e Melgaço: Alvarinho-Loureiro-Trajadura; Alvarelhão-Borraçal-Pedral-Vinhão

Sub-região do Paiva: Arinto-Avesso-Loureiro-Trajadura; Amaral-Borraçal-Vinhão

Sub-região do Sousa: Arinto-Avesso-Azal-Loureiro-Trajadura; Amaral-Borraçal-Espadeiro-Vinhão


Aptas Indicação Geográfica IG Minho

Castas brancas:

Alvarinho, Arinto (sin. Pedernã), Avesso, Azal, Batoca (sin. Alvaraça), Cainho, Cascal, Chardonnay, Chenin, Colombard, Diagalves, Esganinho, Esganoso, Fernão Pires (sin. Maria Gomes), Folgasão, Gouveio, Lameiro, Loureiro, Malvasia-Fina, Malvasia-Rei, Müller-Thurgau, Pinot-Blanc, Pintosa, Rabo-de Ovelha, Riesling, São Mamede, Sauvignon (sin. Sauvignon-Blanc), Sercial (sin. Esgana-Cão), Tália (sin.Ugni-Blanc, Trebbiano Toscano), Trajadura (sin. Treixadura), Verdelho, Viognier e Viosinho.

 

Castas tintas:

Alfrocheiro, Alicante-Bouschet, Alvarelhão (sin. Brancelho), Amaral (sin. Azal tinto), Aragonês (sin. Tinta-Roriz, Trempanillo), Baga, Borraçal, Cabernet-Franc, Cabernet-Sauvignon, Castelão, Doçal, Doce, Espadeiro, Espadeiro-Mole, Grand-Noir, Jaen (sin. Mencia), Labrusco, Merlot, Mourisco, Padeiro (sin. Padeiro de Basto), Pedral, Pical (sin.Piquepoul-Noir), Pinot-Noir, Rabo-de-Anho, Sezão, Syrah (sin. Shiraz), Tinta-Barroca, Touriga Nacional, Trincadeira (sin. Tinta Amarela, Trincadeira-Preta), Verdelho-Tinto, Verdial-Tinto e Vinhão (sin. Sousão).

 

Castas rosadas:

Gewürtraminer e Pinot-Gris (sin. Pinot-Grigio).


Fichas Técnicas Castas Brancas

ALVARINHO

Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço, mas que dada a sua elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do país.
Com alguma presença antiga no Vale do Lima, toma aí o nome de Galego ou Galeguinho como que remetendo a sua origem para lá do Alto Minho.

Particularidades Ampelográficas: 

Folha adulta revoluta e com pilosidade prostada na página superior.
Cacho pequeno e alado, por vezes duplo, e de tom rosado quando exposto ao sol.
Entre-nós longos e cepa achatada.

Aptidão Cultural e Agronómica: 

Abrolhamento: Precoce, mais 6 dias do que a Fernão Pires
Floração: Precoce, mais 3 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Precoce a Média, mais 7 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Precoce

Casta medianamente vigorosa mas bastante rústica. Com elevada fertilidade, 3 inflorescências por lançamento, dando origem a cachos muito pequenos, alados e medianamente compactos, o que a torna pouco produtiva. Este aspecto é contemplado nos estatutos da região, que lhe fixa um rendimento máximo por hectare de 69,3 hl, quando o das restantes castas é de 80 hl. Exige terrenos secos para potencializar a qualidade do vinho a que dá origem, encontrando-se bem adaptada ao porta-enxerto196-17 e 99R. Revela-se uma casta sensível ao míldio e oídio, muito sensível à acariose e propensa à esca.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos muito ricos em açúcares e contudo apresenta um razoável teor em ácidos orgânicos. Dá um vinho elementar de cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto, delicado e complexo, com aromas que vão desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia (carácter frutado), a flor de laranjeira e violeta (carácter floral), a avelã e noz (carácter amendoado) e a mel (carácter caramelizado), e de sabor complexo, macio, redondo, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos elementares de elevada qualidade, faz contudo um excelente lote com a casta Trajadura.


ARINTO (sin. PEDERNÃ)

Casta cultivada praticamente por toda a região com o nome de Pedernã, é o Arinto de Bucelas, atingindo o seu mais elevado nível de qualidade em zonas mais interiores da região.
Com inúmeros sinónimos: Asal Espanhol ou Asal Galego em Amarante, Pé de Perdiz em Cabeceiras de Basto, Perdigão em Mondim e mais para sul da região por Chapeludo.   

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta com algum polimorfismo (de inteira a quinquelobada), de perfil irregular e com pilosidade erecta na página inferior que lhe dá um toque aveludado.
Cacho grande, muito alado e compacto de bagos pequenos.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 13 dias do que a Fernão Pires
Floração: Média, mais 6 dias do que a Fernão Pires 
Pintor: Média, mais 13 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Média

Casta muito vigorosa, apresentando de um modo geral uma fertilidade baixa, uma inflorescência por ramo. Todavia, dá origem a cachos grandes, muito compactos e pesados, o que a torna produtiva a muito produtiva. Revela-se muito sensível à cigarrinha verde e sensível ao míldio, oídio e podridão dos cachos.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos de média a elevada percentagem de açúcares e teor relativamente elevado de ácidos orgânicos. Dá vinhos de cor citrina a citrina palha, de aroma rico que vai do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêra) ao floral (lantanas), e de gosto fresco, harmonioso, encorpado e persistente.
Utilizada em vinhos brancos de lote, com qualquer uma das restantes castas brancas regionais, e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.


AVESSO
 
Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas que dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa.
Também conhecida localmente por Bornão ou Borral e ainda por Borraçal branco.

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta mais larga do que comprida, de seio peciolar muito aberto em chaveta, lisa e glabra na página inferior.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Precoce, mais 4 dias do que a Fernão Pires
Floração: Precoce, mais 2 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Média, mais 13 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Média a Tardia

Casta muito vigorosa e muito rústica. Com um índice de fertilidade médio, uma a duas inflorescências por ramo, dá origem a cachos médios e medianamente compactos, o que torna esta casta medianamente produtiva. Exige boas condições de maturação, caso contrário ou apodrece ou amadurece mal não potenciando a sua qualidade. Revela-se muito sensível ao míldio e à podridão dos cachos e sensível ao oídio.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz vinhos de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego) e o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o carácter frutado dominante, delicado, fino, subtil e complexo, e sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos brancos de lote e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.


AZAL

Casta cultivada particularmente em zonas do interior da região, onde amadurece bem e atinge o seu nível de qualidade quando plantada em terrenos secos e bem expostos das sub-regiões de Amarante, Basto, Baião e Sousa.
Muito conhecida por Asal da Lixa em Amarante, Gadelhudo em Felgueiras e  Pinheira ou Carvalhal em Lousada. 

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta orbicular, espessa, de dentes rectilíneos muito regulares tipo serra, de seio peciolar em U e com muita pilosidade prostada na página inferior.
Cacho médio, alado e muito compacto, e de tom esverdeado embora maduro.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Precoce a Média, mais 9 dias do que a Fernão Pires
Floração: Precoce, mais 5 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Tardio, mais 16 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Tardia

Casta muito vigorosa, com muitas rebentações do mesmo gomo e de ciclo longo. Com uma fertilidade média, uma  a duas inflorescências por ramo, dá origem a cachos médio s, muito compactos e pesados o que a torna muito produtiva. Revela-se sensível ao míldio e podridão dos cachos e muito sensível ao oídio.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz vinhos de cor ligeira, citrina aberta, descorada, aroma frutado (limão e maçã verde) não excessivamente intenso, complexo, fino, agradável, fresco e citrino, e sabor frutado, ligeiramente acídulo, com frescura, e jovem, podendo em anos excepcionais revelarem-se encorpados e harmoniosos.
Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas brancas regionais como Arinto, Batoca e Loureiro, e na elaboração de vinhos elementares de qualidade.


BATOCA

Casta cultivada essencialmente na sub-região de Basto, onde atinge o seu melhor potencial de qualidade, de produção muito irregular.
Conhecida por Alvaraça, nome que tem no Douro, Espadeiro Branco em Lousada e Sedouro ou Sá Douro no sul da região.       

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta grande, inteira, verde muito claro, com o ponto peciolar e início das nervuras carminado.
Cacho grande, alado, com bagos médios de hilo muito aparente.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média a Tardia, mais 14 dias do que a Fernão Pires
Floração: Média a Tardia, mais 8 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Média, mais 11 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Média

Casta muito vigorosa. Com um índice de fertilidade baixo, uma inflorescência por lançamento, dá origem a cachos grandes, compactos e volumosos, o que a torna medianamente produtiva, embora seja de produção irregular.

Potencialidades Tecnológicas:

Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas igualmente adaptadas ao interior nomeadamente Arinto e Azal, sendo rara a elaboração em vinhos elementares.
Em anos favoráveis, produz vinhos com médio a alto teor alcoólico e baixa acidez total, com aromas simples e pouco intensos, e sabor macio.


LOUREIRO

Casta de expansão em quase toda a região, e como mais adaptada às zonas do litoral é menos cultivada nas zonas interiores.
O principal sinónimo Dourado advém-lhe do tom dourado das uvas maduras expostas ao sol.                      

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta com algum polimorfismo (de inteira a trilobada) e de perfil irregular elevando os lobos revolutos.
Cacho de dimensão e compactação variável consoante a fertilidade e humidade do solo.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 11 dias do que a Fernão Pires
Floração: Média, mais 5 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Médio, mais 12 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Média

Casta de vigor médio e de boa afinidade com os porta-enxertos SO4, 196-17 e 101-14. Com um índice de fertilidade elevado, duas inflorescências por lançamento, dá cachos compridos, medianamente compactos e pesados o que a torna muito produtiva. É muito sensível ao oídio, à escoriose, à podridão dos cachos e aos ácaros e sensível ao míldio.

Potencialidades Tecnológicas:

Casta antiga e de alta qualidade, produz mostos com aroma acentuado e característico da casta, dando vinhos de cor citrina, aroma fino, elegante, que vai do frutado de citrinos (limão) ao floral (frésia, rosa) e melado (bouquet) e sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.
Utilizada em vinhos brancos de lote, com a maior parte das restantes castas brancas regionais, e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.


TRAJADURA

Casta cultivada praticamente em toda a região (mais recentemente), com excepção da zona de Baião.
Tem por sinónimo Trinca-dente ou Trincadeira nos Arcos de Valdevez.        

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta orbicular, fina, de seio peciolar em U e quase glabra.
Cacho médio, alado e muito compacto, e de tom torrado quando exposto ao sol.
Bagos de película fina e polpa rija, com tendência a rachar.
Varas de entre-nós curtos e tom avermelhado.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Tardia, mais 17 dias do que a Fernão Pires
Floração: Média, mais 7 dias do que a Fernão Pires
Pintor: Precoce a Média, mais 6 dias do que a Fernão Pires
Maturação: Precoce

Casta muito vigorosa e de ciclo curto. Com uma fertilidade média, uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos médios, muito compactos e pesados, o que a torna muito produtiva. Revela-se muito sensível ao míldio e podridão dos cachos, e propensa à cochonilha algodão.

Potencialidades Tecnológicas:

Casta de qualidade, produz mostos de aroma delicado e naturalmente pobres em acidez, dando vinhos de cor intensa, palha dourada, de aroma intenso, a frutos de árvore maduros (maçã, pêra e pêssego), macerados, e de sabor macio, quente, redondo e com tendência em determinadas condições, a algum desequilíbrio (baixa acidez).
Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas brancas regionais de maior acidez como Arinto, Loureiro e Alvarinho, sendo a associação com esta última casta bem conseguida; recentemente tem suscitado interesse na elaboração de vinhos elementares de qualidade.

Fichas Técnicas Castas Tintas
ALVARELHÃO (sin. BRANCELHO)

Casta antiga cultivada noutras regiões vitícolas como no Douro e Dão.
De pouca expansão na região, é cultivada particularmente na sub-região de Monção com o sinónimo de Brancelho e no sul da região (Arouca) é conhecida por Pirruivo.                       

Particularidades Ampelográficas:

Folha quinquelobada, orbicular, muito bolhosa, de perfil irregular fazendo ?funil? em torno do seio peciolar com os lobos revolutos.
Cachos frouxos, e cujos bagos por vezes à maturação mantêm um tom rosado.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:
Abrolhamento: Médio, mais 8 dias do que o Castelão
Floração: Precoce, mais 3 dias do que o Castelão
Pintor: Médio, mais 8 dias do que o Castelão
Maturação: Média

Casta vigorosa, com abundante rebentação de gomos dormentes. Com um índice de fertilidade médio, uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos médios e frouxos o que a torna pouco a medianamente produtiva. É atreita ao desavinho, e sensível ao oídio, podridão dos cachos e cigarrinha verde.
Potencialidades Tecnológicas:
Produz mostos medianamente ricos em açúcares e de acidez elevada. Dá vinhos com alguma vivacidade, de cor rubi a rubi clara, com aroma delicado a casta e gosto harmonioso e saboroso.
Utilizada em vinhos tintos de lote, outrora conhecidos por palhetes de Monção, e actualmente é explorada para a elaboração de vinhos rosados.

AMARAL

É uma das castas mais antigas da região, razão pela qual está na génese de muitas outras castas da região por cruzamentos naturais.
Predominantemente cultivada na zona sul (sub-região de Paiva), surge um pouco por toda a região com os sinónimos de Azal tinto nos concelhos mais ao centro e norte, Cainho bravo ou Cainho miúdo em Monção e Cainzinho em Arcos de Valdevez.          

Particularidades Ampelográficas:

Casta que revela grande polimorfismo ao nível da folha adulta: de inteira a mais recortada.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Médio, mais 10 dias do que o Castelão
Floração: Precoce, mais 2 dias do que o Castelão
Pintor: Tardio, mais 15 dias  do que o Castelão
Maturação: Tardia

Casta rústica e de vigor médio. Com elevado índice de fertilidade, duas a três  inflorescências por ramo, dá contudo cachos pequenos o que a torna pouco produtiva.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz vinhos de cor intensa, vermelho rubi, com aroma sem destaque a casta, encorpados e de gosto ligeiramente acídulo.
Utilizada em vinhos tintos de lote, contribuindo para a conservação dos mesmos.

BORRAÇAL

Casta de grande expansão, sendo cultivada em toda a região, o que lhe garante elevado número de sinónimos, que se relacionam também com alguma inadaptação cultural da casta em determinados locais.
Esfarrapa em Viana do Castelo, Caninho Grosso ou Cainho Grande em Monção e Bogalhal ou Olho de Sapo em Basto.    

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta pentagonal, plana e seio peciolar de lobos completamente sobrepostos.
Cachos pequenos e normalmente alados, de bagos de tamanho não uniforme.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Médio, mais 8 dias do que o Castelão
Floração: Precoce, mais 1 dia do que o Castelão
Pintor: Médio, mais 11 dias do que o Castelão
Maturação: Média a Tardia

Casta muito rústica e vigorosa. Com um índice de fertilidade médio a alto, duas inflorescências por ramo, dá contudo cachos pequenos, o que a torna pouco produtiva. De produção irregular, dada a tendência para o desavinho e bagoinha. É sensível ao oídio e ao escaldão e muito sensível à podridão dos cachos.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos naturalmente ricos em ácido málico, o que se repercute na acidez total. Dá vinhos de cor vermelha rubi, com aroma a casta, e de gosto equilibrado e saboroso.
Utilizada em vinhos tintos de lote, contribuindo para a vivacidade do mesmo.


ESPADEIRO
 
Casta de certa expansão por toda a região, com muitos sinónimos aliados à pruína dos bagos e à pouca cor dos vinhos, tais como, Padeira em Basto, Areal em Amares e ainda por Cinza, Farinhoto, Nevoeiro e Tinta dos Pobres.

Particularidades Ampelográficas:

Rebentação e folha jovem bem carminadas.
Folha adulta glabra, verde-escura, de perfil irregular e ponto peciolar carminado.
Cachos compridos e bagos com muita pruína, parecendo ruços.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 10 dias do que o Castelão
Floração: Precoce, mais 1 dia do que o Castelão
Pintor: Tardia, mais 15 dias do que o Castelão
Maturação: Tardia a Muito Tardia

Casta de ciclo longo, exigindo elevadas somas de calor efectivo para amadurecer. Com um índice de fertilidade médio, uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos grandes e compridos, o que a torna muito produtiva.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos pouco ricos em açúcares e com muita acidez. Dá vinhos de cor rubi clara a rubi, de aroma e sabor à casta e gosto acídulo.
Utilizada em vinhos tintos de lote, é todavia explorada desde há longa data na região, para a produção de rosados estremes (Espadal), tradicionalmente vinificada pelo processo de bica aberta.


PADEIRO
 
Casta de pouca expansão na região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Basto, aparecendo também nas sub-regiões do Ave e do Cávado, tendo aqui como sinónimos Tinto Matias e D. Pedro.

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta grande, verde-claro, lisa, mole e quinquelobada.
Cachos grandes e frouxos.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 11 dias do que o Castelão
Floração: Média, mais 4 dias do que o Castelão
Pintor: Precoce a Média, mais 9 dias do que o Castelão
Maturação: Média

Casta de vigor médio e pouco rústica. Com um índice de fertilidade médio, com uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos grandes e frouxos, o que torna esta casta muito produtiva. Pouco sensível à podridão dos cachos mas sensível ao stress hídrico.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos naturalmente ricos em açúcares e pouco ácidos, dando vinhos de cor vermelha rubi a granada, de aroma e sabor à casta que lembram frutos vermelhos (morango e framboesa) e na boca revelam-se harmoniosos e saborosos.
Utilizada em vinhos tintos de lote e em rosados estremes.


PEDRAL

Casta de pouca expansão na região, sendo recomendada particularmente na sub-região de Monção, onde tem como sinónimos Cainho dos Milagres e Alvarinho tinto.
Aparece esporadicamente noutras sub-regiões com outros nomes como Perna de Perdiz em Ponte do Lima, Castelão em Amarante e Pardal em Castelo de Paiva.

Particularidades Ampelográficas:

Folha trilobada, verde-escura e seio peciolar com lobos sobrepostos fazendo um O.
Cachos alados, sendo às vezes duplos (como o Alvarinho).
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Precoce, mais 4 dias do que o Castelão
Floração: Precoce, em simultâneo com o Castelão
Pintor: Precoce a Média, mais 6 dias do que o Castelão
Maturação: Precoce a Média

Casta muito vigorosa e pouco rústica. Com um índice de fertilidade médio a alto, com duas inflorescências por ramo, dá cachos médios e medianamente compactos o que a torna medianamente produtiva. De produção irregular por ser atreita ao desavinho.

Aptidão Cultural e Agronómica:

Produz mostos medianamente ricos em açúcares e com acidez. Dá vinhos de cor rubi clara a rubi (como o Espadeiro), harmoniosos e com aroma e sabor à casta.
Utilizada em vinhos tintos de lote, outrora conhecidos por palhetes de Monção.

RABO DE ANHO

Casta de muito pouca expansão na região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Basto, onde consegue amadurecer, pois é uma casta de ciclo longo e de maturação muito tardia.
Conhecida regionalmente por Rabo de Ovelha, nome pelo qual é referida em muitas listas de castas.
 
Particularidades Ampelográficas:

Folha trilobada, com ondulação, bolhosa, de dentes muito baixos e seio peciolar com lobos sobrepostos fazendo um O.
Vara de entre-nós compridos.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Tardio, mais 16 dias do que o Castelão
Floração: Média, mais 4 dias do que o Castelão
Pintor: Muito tardia, mais 23 dias do que o Castelão
Maturação: Muito tardia

Casta muito vigorosa. Com um índice de fertilidade médio, uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos grandes e medianamente compactos, o que a torna produtiva, embora de produção pouco regular.

Potencialidades Tecnológicas:
Produz mostos ricos em açúcares em determinados locais e muito ácidos. Dá vinhos de cor rubi, de aroma e sabor neutros.
Utilizada em vinhos tintos de lote.


VINHÃO

Casta de grande expansão, sendo cultivada em toda a região pela sua qualidade, e dado ser uma casta com elevada matéria corante na película dos bagos, faz dela a casta portuguesa com maior capacidade tintureira, muito embora não deva ser classificada como casta tintureira.
Esta particularidade, permite-lhe ter o maior número de sinónimos: Tinta, Tinta Nacional ou Tinto Antigo; Negrão em Monção; Pinta Fêmea em Melgaço; Espadeiro da Tinta em Valença; Espadeiro Basto nos Arcos de Valdevez e Vinhão de Tinta em Basto.

Particularidades Ampelográficas:

Casta com algum polimorfismo ao nível da folha adulta: de inteira a mais recortada e de fraca a fortemente bolhosa, o que poderá estar relacionado com a diversidade de ecossistemas a que se foi adaptando.
Folha adulta de perfil em goteira sobre a nervura principal, fazendo um V.
 
Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Tardio, mais 15 dias do que o Castelão
Floração: Média, mais 6 dias do que o Castelão
Pintor: Precoce a Média, mais 9 dias do que o Castelão
Maturação: Média

Casta vigorosa e de produção regular. De ciclo curto, por ser tardia na rebentação, revela a importância da produção muito tarde. Com um índice de fertilidade elevado, duas inflorescências por ramo, dá cachos médios, o que a torna medianamente produtiva. É sensível aos ácaros, ao stress hídrico e ao escaldão.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos medianamente ricos em açúcares e com alguma acidez. Dá vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma vinoso, onde se evidenciam os frutos silvestres (amora e framboesa) e gosto igualmente vinoso, encorpado e ligeiramente adstringente.
Muito utilizada em vinhos tintos de lote pela capacidade tintureira que possui, é actualmente vinificada estreme dando vinhos de qualidade.
Sistemas de Condução

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Implantação

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