Casa do Vinho Verde (Palacete Silva Monteiro): "a Casa mais bonita do Porto"

A Casa do Vinho Verde conserva o carisma e a sumptuosidade da segunda metade de oitocentos, abrindo as portas daquela que foi considerada "a mais luxuosa habitação da cidade".

 

 

Numa encosta virada a Sul sobre o Rio Douro, o Palacete Silva Monteiro ergue-se majestosamente no nº318 da Rua da Restauração, deixando adivinhar a sumptuosidade de outros tempos na opulência das formas e na beleza arquitectónica dos traços.

Sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) desde 1944, é um dos mais ricos exemplos da passagem dos "brasileiros de torna viagem" pela cidade do Porto. O interior da Casa denota e perpetua o bom gosto e a opulência de António da Silva Monteiro,
abastado comerciante portuense e filantropo que viajou pelo Mundo e que, do Mundo, trouxe influências estéticas de referência à Casa onde habitou.

Hoje, a Casa do Vinho Verde conserva o carisma da segunda metade de oitocentos, abrindo as portas daquela que foi considerada "a mais luxuosa habitação da cidade" a eventos nas amplas e bem decoradas salas que a compõem.

No piso térreo, a Casa desenha-se num imponente Salão Nobre que se prolonga até à singular Sala Vermelha onde, outrora, terá sido o fumoir e zona de recepção de convidados. Subindo ao primeiro piso pela escadaria nobre em cantaria lavrada e ornamentada com estuque de inspiração italiana, " sobre a qual desce a luz natural captada pela clarabóia ornamentada de frescos, ex líbris do Palacete " chega-se ao Salão de Baile, onde predominam apontamentos clássicos que remetem para compositores da época como Daniel Auber, Gioachino Rossini, Giuseppe Verdi ou Fryderyk Chopin.

Naturezas mortas pintadas nas sancas e trabalhos minuciosos de estuque nas paredes convivem, actualmente, com imagens de arquivo da CVRVV alusivas à Região no tempo do Estado Novo, do espólio da Casa Alvão.

Mais sóbria e acolhedora é a Sala Árabe, paredes-meias com a requintada Sala Dourada, na qual o traço de C. Lefebvre desenha a ouro as formas elegantes de influência parisiense.

Se, no interior, a Casa transmite influências do Mundo e detalhes de riqueza criteriosamente escolhidos pelo Conde Silva Monteiro, os jardins não deixam de reflectir a preocupação estética na Fonte das Três Graças ou nos passadiços românticos que conduzem a uma das mais fabulosas vistas sobre o Rio Douro.

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